quinta-feira, 30 de maio de 2013

Governo Federal estimula o fanatismo futebolístico

Zapeando a TV tive a infelicidade de assistir a uma propaganda do Governo Federal em que se observa o estimulo evidente ao fanatismo pelo futebol, como se isso fosse patriotismo. A propaganda inclusive tomou como lema uma expressão emprestada de Nelson Rodrigues, dramaturgo e jornalista esportivo que - pejorativamente, em referência a esse fanatismo infantil que cria a confusão entre "nação" e "seleção" - chamou a população brasileira de "Pátria de Chuteiras". 

E a observação do dramaturgo não era nada odiosa e nem subjetiva. Rodrigues gostava de futebol e como comentarista sempre defendeu o mesmo. Mas como intelectual, condenava o fanatismo e se esforçava para colocar o futebol em seu devido lugar, como mera forma de diversão. Coisa que a presidente Dilma e todos os responsáveis pela campanha parecem não ter percebido. Se perceberam, cometeram o delito de alienar a população em troca de lucros, já que o governo também ganhará financeiramente com a copa.

Não postarei o tal vídeo. Qualquer coisa pró-futebol é muito fácil de se encontrar na internet. Se o governo tem a cara de pau de estimular o fanatismo futebolístico que cria um nocivo preconceito contra quem não curte futebol, é um sinal de evidente imaturidade. Ainda tratamos brinquedo como coisa séria. E pelo que parece estamos muito longe de largar as brincadeiras que tanto nos iludem.

terça-feira, 21 de maio de 2013

Preconceito: essa é a palavra

Numa sociedade em que futebol é tratado como obrigação, quem não sente um apreço pelo famoso esporte acaba tendo que sofrer bastante, pois nunca é compreendido, já que para quase todos, o futebol deveria ser uma unanimidade.

Quem assume publicamente que não gosta de futebol é vítima de um preconceito real, cruel, mas invisível para a maioria. Até mesmo a mídia colabora, não para combater, mas por incrível que pareça, estimular ainda mais essa rejeição contra as pessoas que não gostam de futebol.

Quem não curte futebol é xingado, humilhado, desprezado, tratado no mínimo como antipático, pois se recusa a participar de um tipo de hobby considerado uma forma de confraternização social. E isso pode gerar não somente muitas brigas, mas também a exclusão definitiva do não-torcedor dos benefpícios da vida social, já que para muitos, é essencial ter um time na carteira de identidade para se tornar integrante da sociedade.

É preciso que algo seja feito contra esse preconceito, pois além do futebol ser apenas um lazer e como tal nunca deve ser obrigatório, não há lei no Brasil que obrigue alguém a gostar de futebol. As pessoas que fazem esse tipo de cobrança desconhecem totalmente a legislação brasileira.

Não é preciso gostar de futebol para ser simpático e ter uma boa relação com as pessoas. É preciso uma diversidade de pensamentos e de hobbies para que as pessoas possam encontrar um ponto de afinidade que não seja o futebol. Duas pessoas que divergem em relação a futebol, podem se afinar quando o assunto é outro. Porque então estipular o futebol como condição sine qua non para a vida social?

Vamos acabar com o preconceito, admitindo e respeitando a existência de pessoas indispostas a gostar de futebol. Se futebol não dá prazer e até incomoda, para quê aderir? Só para se considerar "humano?

Pedimos para que jogadores, mídia e autoridades entrem em uma campanha pelo respeito às pessoas que não curtem futebol. É um direito nosso estarmos alheios a esse esporte e isso deve ser respeitado.

Vini Jr, Racismo e a hipocrisia da Classe Média brasileira

O assunto desta segunda feira com certeza foi o inaceitável caso de racismo sofrido pelo jogador Vinicius Júnior, o Vini, durante um jogo de...