Zapeando a TV tive a infelicidade de assistir a uma propaganda do Governo Federal em que se observa o estimulo evidente ao fanatismo pelo futebol, como se isso fosse patriotismo. A propaganda inclusive tomou como lema uma expressão emprestada de Nelson Rodrigues, dramaturgo e jornalista esportivo que - pejorativamente, em referência a esse fanatismo infantil que cria a confusão entre "nação" e "seleção" - chamou a população brasileira de "Pátria de Chuteiras".
E a observação do dramaturgo não era nada odiosa e nem subjetiva. Rodrigues gostava de futebol e como comentarista sempre defendeu o mesmo. Mas como intelectual, condenava o fanatismo e se esforçava para colocar o futebol em seu devido lugar, como mera forma de diversão. Coisa que a presidente Dilma e todos os responsáveis pela campanha parecem não ter percebido. Se perceberam, cometeram o delito de alienar a população em troca de lucros, já que o governo também ganhará financeiramente com a copa.
Não postarei o tal vídeo. Qualquer coisa pró-futebol é muito fácil de se encontrar na internet. Se o governo tem a cara de pau de estimular o fanatismo futebolístico que cria um nocivo preconceito contra quem não curte futebol, é um sinal de evidente imaturidade. Ainda tratamos brinquedo como coisa séria. E pelo que parece estamos muito longe de largar as brincadeiras que tanto nos iludem.
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