A Rede Globo sempre se empenhou em uniformizar o pensamento da sociedade brasileira, se baseando sempre nos interesses e no ponto de vista da Família Marinho, que administra a emissora de televisão.
É interessante que haja uma mídia manipuladora que impeça o pensamento diversificado para que o sistema se mantenha desigual e os privilégios de políticos, empresários e celebridades se mantenham intactos. Por isso mesmo, todo o esforço e válido para que a TV construa os valores que acha que a sociedade deve acreditar e que acaba acreditando. E o futebol é um desses valores.
Durante muitas décadas acreditamos que o futebol era uma unanimidade. Misto de compromisso com paixão, uma lei informal que era cobrada com absoluto rigor. Para muitos ser "brasileiro" é gostar de futebol. A ponto de muitos ainda confundirem o país com o próprio futebol, saindo com a camiseta da corrupta CBF para pedir o fim da corrupção (??!!), achando que a "seleção" e o país são a mesma coisa. Tolos.
Essa ideia de unanimidade compulsória do futebol ainda continua. Mas desde que surgiu a internet, essa ideia deixou de ser absoluta. E isso é o que incomoda aqueles que viviam na falsa concordância do futebol-unanimidade.
Uma novidade se instalou no país: embora ainda curtido por uma maioria esmagadora, o futebol deixou de ser uma unanimidade. E melhor, a internet questionou a unanimidade que nunca existiu, já que quem não curtia futebol sempre teve o seu "bico" calado, sem direito de se manifestar.
E a Rede Globo, até hoje, ainda prefere fazer vista grossa aos que não curtem futebol. Para a Vênus Platinada, brasileiro e torcedor de futebol são sinônimos e quem não curte futebol não existe.
Claro que por ser parceira dos cartolas, de escolher horários de jogos, de receber e dar patrocínio a times, é interessante para a Rede Globo forjar a unanimidade do futebol. Quem não curte futebol que se vire para se divertir e para arrumar amigos. Até porque como "desertor social", os não-torcedores acabam sempre abandonados pelas pessoas "normais" nas horas de jogo.
A Rede Globo nunca fez algo que pudesse estimular o respeito para quem não curte futebol. Na contramão, torcedores estranhamente reivindicam respeito com insistência, como se eles é que fossem os excluídos da sociedade. Mesmo tendo o apoio de multidões, da mídia e de autoridades políticas, que só trabalham para quem curte futebol.
Quem não curte é solenemente esquecido. E quando é lembrado, é tratado como louco, como malvado, como bandido, como se quisesse destruir estádios, matar jogadores e rasgar uniformes de time. Nada disso. O não-torcedor é um ser pacifico e seu único desejo é estar alheio à "grande festa da torcida brasileira". E nada além disso.
Mas infelizmente, para a grande mídia o futebol ainda é uma unanimidade. Salvo notas publicadas esporadicamente na Folha de São Paulo e em reportagens na MTV, os não-torcedores ainda continuam solenemente ignorados pela mídia oficial, embora estejam aumentando em quantidade e causem bastante barulho na internet.
O mito da unanimidade do futebol é mais um fator que prova que a ídia não respeita a diversidade de pensamentos, quem impor ideias, manipula e mente. Os supostos paladinos da liberdade de expressão não querem nos dar essa mesma liberdade. Continuemos apensar como a mídia quer, achando que vivemos não em um país, mas em um estádio de futebol, sendo obrigados a transformar esta forma de diversão em prioridade máxima para a sociedade brasileira.
Neste jogo, o bom senso ainda perde de goleada.
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