Quando você digita as palavras "preconceito" + "futebol" praticamente só se encontra textos protestando contra os casos de racismo contra os jogadores. Mas esquecem todos que o futebol está envolvido em outra forma de preconceito, tão cruel quando o racismo direcionado aos jogadores: o preconceito contra quem não curte futebol.
Ninguém assume, mas o futebol é uma obrigação cívico/social em nosso país. No Rio de Janeiro é praticamente uma regra de etiqueta. É ofensivo para um carioca tomar conhecimento que alguém não curte futebol. Para quem trata o futebol como obrigação, o ideal é que o mesmo fosse uma unanimidade para justificar a tola ideia de que "está no sangue". Ou seja, faz parte do organismo humano (???!!!) gostar de futebol.
Uma pessoa que assume publicamente que não curte futebol causa uma certa revolta aos torcedores que enxergam no recusante uma pessoa no mínimo antipática, que pode ser virar contra os torcedores, estes que apesar de todo o apoio que possuem de sociedade, mídia e autoridades, acreditam na possibilidade de perda do direito ao seu hobby, por culpa da "ovelha negra" revelada (e rebelada).
Crueldade. Os torcedores deveriam saber que quem não curte futebol só deseja manter distância dessa modalidade esportiva e de tudo que esteja relacionado com ela (incluindo os estrondosos berros de torcedores). Uma pessoa que não curte futebol nunca vai querer perder seu precioso tempo em estragar o prazer alheio, como fazem os hooligans, que amam exageradamente o futebol, mas demonstram sua paixão de forma bastante agressiva.
Temos que acabar com o preconceito contra que não curte futebol, respeitar o seu direito de viver em sociedade e nunca sabotar qualquer coisa para que os não-torcedores se ferrem na vida. O Brasil é o país da diversidade e ficar refém de uma única forma de lazer é um retrocesso. Há muito o que fazer para que os não-torcedores tenham a sua dignidade e os seus direitos respeitados.
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