quarta-feira, 2 de maio de 2018

Minha sincera opinião sobre futebol

O senso comum escolheu o futebol como "consenso" em uma sociedade diversificada como a brasileira. Por isso, o sistema impôs a modalidade como obrigação cívico-social a ponto de ser uma regra de etiqueta em alguns estados, como o Rio de Janeiro.

Isto explica o incômodo causado toda a vez que um brasileiro assume não curtir futebol. As pessoas deveriam entender que por ser uma mera atividade de lazer, ninguém é obrigado a gostar se não sente prazer por esta atividade, mesmo que ela garanta a melhoria do convívio social.

As polêmicas iniciadas quando eu assumo para amigos, colegas e conhecidos que eu não curto futebol me estimularam a escrever esta postagem, com a opinião minha definitiva sobre o que eu acho do futebol. É preciso deixar claro que eu não odeio futebol e nem vou proibir as pessoas de gostarem e muito menos vou explodir o Maracanã, templo máximo deste tipo de hobby.

Querem saber mesmo o que eu penso sobre o futebol? Futebol é uma forma de lazer. É apenas uma forma de diversão, de algo a ser feito quando estamos momentaneamente dispensados de um compromisso. E dever ser tratado como uma mero entretenimento, algo a não ser levado a sério e muito menos imposto como obrigação, seja cívica, seja social.

Todos tem o direito de gostar de futebol. Ninguém é obrigado a desprezar, nem obrigado a gostar. Seria muito bom que somente as pessoas que REALMENTE gostam de futebol aderissem ao hobby, para que a modalidade seja finalmente tratada como mero lazer. 

A adesão maciça por pessoas que tratam o futebol como obrigação criam um preconceito contra aqueles que não curtem, além de servir de isolamento social para quem não está nem aí para ver bolas rolando em campo. É preciso que as pessoas que REALMENTE não curtem futebol parem de fingir que gostam para que a opinião pública tenha a consciência de que gostar de futebol não é uma obrigação. É um direito não gostar de futebol assim como é um direito gostar.

Eu não vou ficar aqui cobrando dos outros o gosto ou o não-gosto pelo futebol. Não tenho o poder para mudar a mente de ninguém - a mídia corporativa e as suas mais do que influentes celebridades têm este poder - e os que gostam de futebol são mais do que amparados por toda a mídia (incluindo a alternativa), sociedade e autoridades. 

Ou seja, os que gostam de futebol, gozam de respeito sólido que os que não curtem futebol não possuem. Desprezo não é sinônimo de respeito e assumir estar alheio ao futebol exige um preço bem caro pago pelos que não gostam. Os que gostam de futebol podem ficar tranquilos por saber que seu hobby nunca será proibido, por mais criticado que seja.

Sobre a alienação do futebol: não é o futebol que aliena e sim a sua transformação em dever cívico-social. Para que o futebol não seja considerado alienação, é preciso devolver o caráter de mero lazer supérfluo. Politizar o futebol é uma tolice, embutindo algo que não faz parte de algo tão importante para a sociedade brasileira quanto uma brincadeira de ciranda. 

Melhor que o futebol assuma seu caráter acéfalo (entenda isso no bom sentido) do que ficar forçando a barra com intelectualismo postiço. Futebol não tem o compromisso de fazer pensar, embora a sua visibilidade favoreça algumas manifestações. Mas este caso, não é o futebol que se politiza, mas o futebol dando a oportunidade de ceder espaço a uma politização, como uma carona.

Em resumo: o futebol é uma diversão e nada além disso. Sei que esta definição não valerá para esta copa e nem para as próximas. Vai demorar para os brasileiros concordarem com isso. Talvez demore anos, décadas, séculos. O brasileiro tem demonstrado ser um povo meio infantilizado. Talvez por ter apenas 518 anos, ainda aprendendo a engatinhar.

Sonho com o dia em que os brasileiros tratarão o futebol como mera forma de lazer, sem impor a sociedade e sem parar um país todo. Imagine se fizessem isso com todos os esportes? O país nunca mais andaria, mergulhado em uma anestesiante brincadeira pueril convertida em obrigação cívica e social.

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