quarta-feira, 7 de março de 2018

O "Brasil que dá certo"

O Brasil é um país muito jovem. Tem um pouco mais do que 500 anos de idade. Um bebê. É compreensível o fato de que, sendo uma criança, o povo brasileiro priorize o lazer em detrimento de assuntos mais importantes, adiando a luta pela qualidade de vida em prol de uma diversão supérflua criada apenas para que nos distraiamos em momentos ociosos.

Por este motivo que o futebol é priorizado na opinião pública, como uma obrigação inadiável. Este fato faz com que assuntos relativos ao futebol ganhem maior repercussão e que a derrota do 7 x 1 em um jogo claramente comprado - como a vitoriosa campanha fraudulenta do Brasil na copa de 2002 - gere até hoje um trauma na população, bem mais do que a "reforma" trabalhista que tará a escravidão de volta.

Este fanatismo pelo futebol, uma forma SUPÉRFLUA de lazer, tem feito com que a mídia corporativa , legisladora das regras sociais, estimula uma preocupada comoção diante da cirurgia sofrida recentemente pelo arroz-de-festa Neymar, para tratar de um machucadinho simples no dedo do pé. Para os fanáticos do futebol, uma catástrofe.

A preocupação em ver Neymar jogando na próxima copa e garantindo a desnecessária vitória - mais uma! - na copa de 2018 tem feito com que muitos torcedores se desesperassem com o minúsculo machucadinho no pé do jogador, este um tucano assumido tratado como "o Lula do futebol" pelos esquerdistas ingênuos que vivem fora do mundo real. 

Para grande maioria dos brasileiros, futebol é prioridade e mesmo que os golpistas arrasem com o Brasil, a vitória no futebol é uma baita compensação. mesmo para quem morre de fome morando na calçada de uma rua.

A infantilidade do brasileiro - que aos poucos se acostuma com o golpe e hesita em lutar contra as sádicas reformas anti-povo - mostra que ninguém está aí com qualidade de vida. Se nada der certo, demos um jeitinho, mesmo que tenhamos que esticar a perna para outro cair. 

A vitória no futebol é prioridade absoluta e o "maior herói do país" deve se recuperar rápido para garantir o troféu que ficará trancado nos luxuosos salões da CBF para o deleite dos dirigentes. Para a população resta como troféu a acomodada compensação de ver uma "seleção" de futebol como a maior do mundo, como a utopia máxima do "Brasil que deu certo". Mesmo quando todas as outras coisas dão errado.

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