quarta-feira, 23 de maio de 2018

Camiseta da CBF: símbolo "cívico", centro da polarização política

As esquerdas nunca desistiram de gostar de futebol, controlado por uma entidade direitista (a CBF), patrocinado pelas mesmas empresas que patrocinaram o golpe e com um monte de jogadores orientados a apoiar políticos conservadores e seus ideais. 

Incapazes de abandonar sua Zona de Conforto do Agrião, forças progressistas querem de qualquer forma proteger o futebol. Como se a esquerda morresse se ficasse sem futebol, o mais capitalista dos esportes, por inúmeros aspectos.

Agora os progressistas ficaram com mimimi de reclamar sobre a queda das vendas das camisetas amarelas da CBF. Estigmatizadas por terem sido usadas pelos golpistas como "símbolo cívico" (conceito compartilhado entre esquerdistas e direitistas - um consenso), as camisetas têm encalhado nas lojas oficiais, fazendo com que torcedores mantenham seu hobby sem vestir camiseta.

Mas entidades de esquerda começam a protestar - como não fazem em relação a (d)eforma trabalhista - pelo direito a usar a camiseta na copa. Brasileiro é povo infantil e sempre colocou  futebol como prioridade. Acabam-se tudo, inclusive várias formas de diversão e em tempos de alta crise e golpe que se arrasta, os progressistas ainda encontram tempo para se espernear em prol do futebol.

Acontece, caros amigos, que não é questão de ser de direita ou de esquerda o fato de gostar de futebol. Enfiaram na cabeça de quase todos que futebol é coisa de brasileiro. Vive no Brasil, é obrigado a gostar de futebol, principal agregador social e objeto de civismo para uma população que não costuma ser patriota, a não ser de brincadeirinha, em tempos de copa.

É preciso falar de um fato real ignorado pelas esquerdas. Quando os coxinhas estavam usando a camiseta da CBF, estavam consagrando a confusão entre Brasil, a "seleção" e Brasil, o país. Confusão tradicional na "Pátria de Chuteiras". Se as esquerdas, que ainda têm alguma inteligência, ainda confundem futebol com o próprio país, imagine os direitistas, que são burros!

Este papo de que "a direita não gosta de futebol" lançado por alguns grupos de esquerda nã faz parte da realidade. A direita gosta ainda mais de futebol do que a esquerda, embora existam mais direitistas que não curtem futebol que as esquerdas, por motivos de elitismo (acham que futebol é "esporte de pobre") e não porque a modalidade é chata e têm entusiastas ainda mais chatos.

Quando a direita usou a famigerada camiseta da CBF nas manifestações pró-golpe, estava sim, homenageando a "Pátria de Chuteiras". E é assim que somos conhecidos mundialmente: um povo que só gosta de futebol, dando à modalidade uma importância muito maior do que assuntos sérios. 

Crianças só gostam de brincadeiras e brinquedos. Se zangam quando são obrigadas a deixar a brincadeira para ir estudar. Temos apenas 518 aninhos, diante de nações seculares e milenares. Nada mais coerente que a nossa teimosa infantilidade. 

Por isso nos esperneamos quando vemos algo relacionado ao futebol ser ameaçado. Reforma trabalhista? Quem tem emprego que segure o seu e o resto que se exploda. Quanto ao futebol, temos que fazer tudo para salvá-lo como nosso maior patrimônio. O petróleo já é dos gringos. 

Mas isso não importa. O futebol ainda é nosso e a direita fica muito feliz em saber que pode hipnotizar as esquerdas para que elas apoiem o saque feito pelos maiores especuladores do país. A direita sabe muito bem que pode usar o futebol para anestesiar as massas e impedir alguma mudança real para o Brasil.

Por isso que para as esquerdas, defender a camisetinha da CBF é muito mais importante que lutar contra o golpe. Como se o futebol pudesse ser uma perfeita compensação para uma população sem direitos e sem soberania. Se faltar comida, temos a bola de futebol. Comamos a bola. Pensam que a fome de bola saciará a nossa fome por comida e dignidade.

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