terça-feira, 11 de dezembro de 2012

O futebol e o poder de sociabilização - Parte 2

Falei na postagem anterior sobre o fato da sociabilização ser o principal motivo para o hegemônico fanatismo futebolístico em nosso país. Que para não se sentir sozinho e obter os benefícios que a vida social traz, muita gente acaba aprendendo - ou se obrigando, em muitos casos - a gostar de futebol, com direito a um time na carteira de identidade.

Mas outra coisa, aliada ao desejo de se sociabilizar, acaba por aumentar ainda mais a adesão ao esporte mais popular do país. Sendo curto e grosso: popularidade atrai popularidade.

Pelo jeito o fato do futebol atrair um imenso número de pessoas exerce um fascínio para as mesmas, já que dá a ilusão de "unanimidade" de "confraternização". É o que une pessoas de características - e gostos - tão diferentes, em nosso país. Isso traz outra ilusão: a de democracia. Mas na verdade é o contrário.

Essa suposta "democracia" futebolística acaba se transformando numa ditadura que não consegue entender quem não adere ao futebol. Justamente por facilitar a vida social das pessoas, o futebol acaba por dificultar a vida social daqueles que não fazem parte dos "200 milhões em ação", cantadas aos pulmões pela monstruosa massa futebolística.

Talvez essa facilidade de sociabilização, somada ao fascínio de ver a população em quase sua totalidade com as atenções voltadas para uma coisa só é que fazem do futebol o mais popular do país, já que suas características peculiares não são suficientes para despertar tamanha adesão.

Isso, por incrível que pareça, não é bom para um país enorme como o nosso, pois essa união de pessoas tão diferentes é falsa e provisória, já que só dura enquanto durar o futebol. Fora dele, as divergências continuam. Ou vocês acham que um fã radical de Iron Maiden, e um fã de Exaltasamba, em que um detesta o ídolo do outro, mas torcem pelo mesmo time no futebol, vão continuar amigos depois do jogo?

A vocação do Brasil é para diversidade. O monopólio do futebol no imaginário popular é nocivo para o desenvolvimento da população. O ideal que houvesse uma melhor distribuição nas preferências esportivas entre a população. É mais honesto.

Essa falsa unanimidade vai acabar mostrando muito mais diferenças do que unindo as pessoas, além de prejudicar seriamente a vida dos que não curtem futebol.

Aproveito para utilizar duas frases do dramaturgo e cronista esportivo Nelson Rodrigues, que ilustram muito bem esta postagem:

- "Brasil, a Pátria de Chuteiras"
- "Toda unanimidade é burra".

Falou, Nelson.

segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

O futebol e o poder de sociabilização - Parte 1

Muitas vezes me ponho a pensar: porque um esporte como o futebol pode ser tão popular se ele não possui características realmente sedutoras, capazes de realmente atrair a atenção das pessoas? Deixando de lado a poderosa e inegável influência da mídia, posso dizer que existe um motivo. E não está no esporte em si.

Na verdade o futebol em si não tem a capacidade de seduzir pessoas que não façam parte da militância deste esporte. É um esporte que só agrada mesmo quem se interessa por ele. Mas porque quase toda a população faz questão de ter um time e torcer em época de copas. Simples: medo da solidão.

O futebol está arraigado no nosso cotidiano. Já faz parte das regras sociais e até mesmo de alguns itens da etiqueta social. Fingir que gosta chega a ser um meio de evitar discussões maiores entre as pessoas.

E assim , cada um vai escolhendo um time para "pôr na carteira de identidade", como se escolhesse uma "tribo" na qual deseja fazer parte. O que subentende que quem não gosta do futebol não faz parte de grupo nenhum, ficando fora da "brincadeira".

E nas copas então? Vestir aquela horrível camiseta amarela, padronizando o visual da população (ditaduras adoram padronizar) se torna um meio de se sentir incluído socialmente, de fazer parte da "raça humana", usufruindo de benefícios e se mantendo acompanhado. mas isso tem um preço.

E qual esse preço? Abrir mão do prazer e da personalidade. Fazer algo que não se gosta para agradar os outros. O fato do futebol ser um lazer e as pessoas não verem - pelo menos em tese - nada de nocivo nele, faz com que muitos achem que "não há nada mal em 'gostar' um pouquinho de futebol a cada 4 anos". Mas isso é gostar?

Pergunte a qualquer um que não costuma gostar de futebol porque passa a "gostar" de vez em quando. A resposta vem como um torpedo, na ponta da língua: se eu não aderir, fico sozinho. E está explicada a questão.

Eu quero é ver gol

Apenas 40% da população gosta realmente do futebol. O resto, misturam-se os que pensam que gostam (os torcedores de ocasião), os "patriotas" de copa, que só "gostam" de 4 em 4 anos (pensando estar cumprindo um "dever cívico") e os que não gostam. Sim, boa parcela assume que não gosta e não é só mulheres. Muitos homens não gostam.

Quem não gosta de fato e pensa que gosta, como os torcedores de ocasião e os "patriotas" de copa, basta decorar o nome dos artilheiros e do goleiro, o hino de um time, suas cores e usar o uniforme para se considerar um "torcedor legítimo".

Mas para estes, termos técnicos são chatos, "cartolas" não existem e auxiliares técnicos só passam a existir quando alguém se machuca. O jogo todo é uma chatice. Assistem apenas o jogo naquela expectativa pelo gol, que sempre dá a oportunidade de um grito, como se naquele momento a pessoa estivesse aproveitando para desabafar. povo que tem medo e preguiça de resolver os seus problemas prefere desabafar gritando "gol!".

É um outro motivo para que o futebol seja tão popular: a catarse. No Brasil atual, a diversão tem se limitado à catarse (explodir sensações) e a satisfação de instintos. Ninguém mais quer se divertir de maneira tranquila e poética.

Culto aos incultos

Deve ser realmente obrigatório o fanatismo futebolístico na sociedade brasileira. Pois muita gente com diploma superior, culta, com referencias culturais boas, decide se ajoelhar diante um bando de analfabetos sem o 4º ano completo, com muitos torcedores idem, gente que não sabe o mínimo da vida e que se arroga por ter subido rapidamente na vida, praticamente sem esforço, fazendo algo que a maioria faz por lazer nos finais de semana. Um total desestimulo à educação, num país onde a população é estimulada a não ler livros e onde intelectuais são tratados como "chatos deprimidos", fazendo com que os conselhos destes, muitas vezes certos, não sejam seguidos.

Futebol em si não está errado, mas o culto a ele é com certeza exagerado. O ideal é que apenas as pessoas que realmente gostam, conhecendo suas regras, detalhes mínimos, bastidores e até mesmo o que os "cartolas" fazem, os processos administrativos e por aí vai.

Porque esse papo de "200 milhões de 'técnicos' " além de ridículo e falso, é anti-democrático, pois ninguém é obrigado a gostar ou desgostar de futebol. Um país enorme como o nosso não pode monopolizar a diversão para uma só coisa, pois a vocação do brasileiro é pela diversidade, pela variedade e pelo respeito às diferenças.

Impor o culto ao futebol a todos é negar a essência do brasileiro, transformando-o em um robô programado pela mídia e regras sociais, sem vontade e sem poder de decisão, querendo a todo o custo ser incluído na sociedade, fazendo algo que normalmente não tem a paciência para fazer normalmente.

quinta-feira, 1 de novembro de 2012

O cancelamento da copa e da olimpíada é uma honra e sinal de responsabilidade



Ser inconsequente virou a característica dos brasileiros nos últimos tempos. Ninguém mede consequência para nada e na hora de defender interesses infantis, sempre é justificado com mitos, crenças, coisas sem sentido ou mirabolantes, mostrando total falta de conhecimento de quem defende tal ideia.

Seria uma honra para as autoridades brasileiras o cancelamento da copa e da olimpíada. O Brasil não é obrigado a realizar estes eventos. Está em tempo de ir ao COI e a FIFA e dizer não! E entregar a vez ao segundo colocado.

Esses eventos estão fora da realidade brasileira. O gasto é imenso. Por maior que seja a vinda de turistas para os eventos, o que eles gastarão será infinitamente inferior ao dinheiro gasto nas obras, serviços e estrutura para satisfazer as exigências para a realização dos eventos. Por incrível que pareça, é mais honroso para as autoridades desistir do que levar em frente. As autoridades que desistirem sairão com a imagem de honestos e responsáveis.

A simples candidatura para realizar tais eventos já é um sinal de irresponsabilidade e - por que não? - imaturidade de nossos governantes, que sairão com a reputação manchada com o encerramento dos mesmos. Será que eles não conseguem medir o gigantesco grau de responsabilidade que adquiriam ao se meter em realizar tais eventos que, cá para nós, não têm um motivo claro que justifique a sua realização.

Nem todos os seres humanos do planeta gostam de esporte

Ah, mas todos creem no retorno que virá com os forasteiros que virão para assistir aos eventos. Todas as pessoas favoráveis a realização da copa e da olimpíada demonstram traços de imaturidade e crença cega. Não sabem eles que os lucros não são garantidos (podem vir ou não) e se vierem, serão muito pequenos. Outra coisa importante a dizer: vai faltar verba para serviços essenciais, por mais que neguem isto.

Além disso, precisamos realmente desses eventos para atrair turistas? Vivemos numa terra privilegiada, de território extenso e belezas tanto naturais como artificiais e uma cultura variada e riquíssima (não a cultura falsificada que vemos na mídia, importante dizer).

Outra coisa. Do contrário que todos pensam (baseados nas lorotas da mídia) a copa e a olimpíada são eventos específicos, de turismo específico (no caso o turismo esportivo) e esse conto de que "virão pessoas de todos os tipos" é papo de quem acredita em duendes. Turismo esportivo atrai turista esportivo. Na melhor das hipóteses, para a copa, virão versões comportadas dos hooligans britânicos, nada diferente disso. Intelectuais? Ih, só em sonho! Quem não estiver interessado em esporte, com certeza não virá para assistir aos eventos.

E se o dinheiro vier, quem garante que ele será aplicado em coisas úteis? A estranha alegria que nossas autoridades mostraram com a aprovação dos eventos dá a entender que eles irão lucrar muito pessoalmente, aplicando a verba em seu bel-prazer.

Nações mais evoluídas, de gente mais educada, não têm o fanatismo típico de países de mentalidade atrasada como o nosso. Lá esporte é esporte. Nada além disso. Não é como aqui no país de tolos, que pensa que esporte é cidadania, educação e até patriotismo. Quanto mais esclarecido, menos fanático.

Desvio de gastos, menosprezando gastos essenciais e indispensáveis

Para os governantes, tradicionalmente egoístas, resta desviar os gastos com saúde, segurança, transporte (o mirabolante e oneroso BRT, que chamo de Cavalo de Tróia, serve de "tapete" para esconder as falhas dos outros veículos e linhas) e sobretudo educação, para poder fazer as obras. A iniciativa privada, tradicionalmente gananciosa, não deverá investir muito, mas investirá de acordo com o interesse dela que, diga-se de passagem, não é o interesse da população, embora eles manobrem a mídia para parecer isto.

O descaso com a educação é proposital. Se a educação melhorar, o povo se esclarece e os interesses da elite e dos governantes vão por água abaixo. Por isso tenho a certeza que será o setor mais prejudicado com a realização desses eventos, já que pessoas esclarecidas metem medo na elite. As autoridades irão dizer na frente das câmeras que a educação é prioridade, patati, patatá, mas na prática veremos a burrice generalizada da população aplaudindo todo esses gastos homéricos em prol de turistinhas que não farão nada em benefício do nosso país.

Desistir, do contrário que possa parecer, é uma honra

Portanto, insisto: melhor cancelar esses eventos com cabeça erguida, com honra e honestidade, assumindo para a população a real falta de condição de realização desses eventos do que enganar a todos, colocando sujeira em baixo do tapete, sorrindo para os holofotes e mantendo a secular gama de injustiças e desigualdades que não podem ser resolvidas com os paliativos que vivem jogando em nossas caras.

Se as autoridades querem sair bem nesta história, é melhor desistir. Outras nações estão mais preparadas, com estrutura pronta e elevada qualidade de vida que não necessita de tantos investimentos, permitindo uma sobra de verba para a realização de eventos desse tipo.

As autoridades estão arriscando muito sua reputação em realizar esses eventos que além de não beneficiar o nosso país (infantilidade crer que irá), vai limitar as verbas em serviços essenciais e deixar o Brasil às moscas em 2017, com a elite fugindo para os paraísos europeus, asiáticos e para os EUA, enquanto a população, acostumada a sofrer, vai trabalhar feito cachorro para devolver às autoridades os gastos que as mesmas esperaram vir de turistas tão deslumbrados e ingênuos quanto nós.

Vergonha de ser brasileiro

Sinto vergonha de ser brasileiro, uma terra governada por gente infantil, que pensa estar governando uma terra encantada, típica de contos de fadas.

Parece que o Brasil não é um país e sim um imenso hospício, com gente deslumbrada, que vive em delírio, acreditando em santos que não existem, heróis de fachada, artistas postiços e em soluções patéticas como a realização desses eventos para tirar-lhes da miséria.

Preciso encontrar um espelho que me leve para outra dimensão, bem mais realista e adulta que esse país do faz-de-conta.

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Novo técnico da seleção feminina deu palestra em meu curso

Soube ontem que a seleção feminina de futebol tem um novo técnico, Jorge Barcelos. Legal que tive a oportunidade de falar pessoalmente com esse cara, que deu, meses atrás, uma excelente palestra sobre liderança no auditório de meu curso de Técnico Administrativo no SENAC, em Niterói. Outras turmas também estiveram assistindo a palestra, promovida por um professor amigo dele que nos ensinou a disciplina de Organização de Empresas.

Barcelos usou sua experiência de treinador esportivo em várias categorias (ele ainda nunca treinou a principal categoria, conhecida como "a seleção", excessivamente idolatrada no Brasil) para mostrar como deve agir um líder ou um administrador. Ele preparou um ótimo slide de Powerpoint e como a maioria dos alunos gosta de futebol, eles entenderam direitinho as lições.

Após a palestra tivemos um lanche e todos foram tietar Barcelos. Até eu que não curto futebol aproveitei a oportunidade, já que Barcelos, pessoa humilde e bastante coerente e realista - ele não aprova o fanatismo, mesmo envolvido com o esporte - deu uma palestra impecável. Eu pessoalmente o parabenizei pela palestra, e recebi um agradecimento sincero e carinhoso de Barcelos, que é uma simpatia de pessoa.

Com larga experiência no exterior, ele aproveitou para contar para o pessoal do curso algumas curiosidades sobre o funcionamento de estádios nos EUA e Europa e realmente o poderio dos "cartolas" é impressionante também por lá. Mas isso não é assunto para agora. As curiosidades e as fotos que ele trouxe prenderam a nossa atenção.

Desejo boa sorte nesta nova fase de Barcelos e novamente agradeço a ele por ter nos proporcionado um dia muito agradável, que ajudou a quebrar a rotina do curso, além de facilitar bastante o entendimento da função de um líder em uma administração.

quinta-feira, 23 de junho de 2011

Com proximidade da Copa-2014, Fifa teme CPI da CBF

NOSSO COMENTÁRIO: Rapaz, se investigar o que está por trás da CBF vai vazar sujeira. Quem é esperto sabe que na CBF há muito mais corrupção do que em toda a política brasileira. Não é a toa que as regras sociais obrigam os brasileiros a gostarem de futebol, para garantir a mamata.

Patriotismo seria o povo brasileiro abandonar o futebol e procurar outro esporte mais honesto e modesto para poder se divertir com dignidade. Do jeito que está todos os torcedores do país acabaram sendo cúmplices das falcatruas de Ricardo Teixeira.

Painel FC: Com proximidade da Copa-2014, Fifa teme CPI da CBF

Equipe de Esportes - FOLHA DE SÃO PAULO - 19/03/2011 - 08h47

A notícia de que o deputado federal Anthony Garotinho (PR-RJ) faz força para abrir uma CPI para investigar a CBF (Confederação Brasileira de Futebol) causou preocupação nos dirigentes da Fifa.

As informações que chegaram à entidade que dirige o futebol mundial, muitas delas colhidas na mídia, são consideradas escassas, mas seus dirigentes argumentam que tudo o que a Fifa não precisa é uma ação desse tipo às vésperas de uma Copa no país.

A informação é da coluna Painel FC, assinada por Bernardo Itri e Eduardo Ohata e publicada na edição deste sábado na Folha. A íntegra está disponível para assinantes do jornal e do UOL.

Em tom de brincadeira, cartolas da Fifa comentam que, por outro motivo, não poderia ter vindo em pior hora a tentativa de CPI. É que já ficou conhecida na entidade a máxima de que as coisas no Brasil só começam após o Carnaval.

A preocupação dos cartolas é que a eventual CPI não englobe só Ricardo Teixeira, mas também CBF e o COL (Comitê Organizador Local) --Teixeira é presidente das duas entidades. Avaliam que há pouco tempo para se fazer muita coisa. Não descartam a hipótese de enviarem mais de seus representantes ao país.

Na última quinta-feira, Anthony Garotinho publicou uma lista com o nome dos 104 parlamentares que assinaram o pedido de abertura da comissão. São necessárias 171 assinaturas.

O deputado quer uma CPI para investigar os lucros do COL da Copa-2014, além dos contratos da CBF com as tevês e uma suposta lavagem de dinheiro.

segunda-feira, 20 de junho de 2011

Ricardo Teixeira é acusado de negociar votos em eleição de países-sede da Copa

NOSSO COMENTÁRIO: Está aí um fato solenemente ignorado pelos patriotas de copa, que não conseguem ver vilania no esporte, que é classificado como a principal - senão a única - fonte de felicidade para o povo brasileiro, num sinal de extrema alienação e total desconhecimento dos fatos nebulosos e cruéis que estão por trás do fanatismo futebolístico brasileiro.

Patriotismo de verdade seria todos deixarem de gostar de futebol. Esse fanático culto ao futebol já está sendo nocivo para o país.

Ricardo Teixeira é acusado de negociar votos em eleição de países-sede da Copa

Redação Carta Capital - 11 de maio de 2011

David Triesman, ex-presidente da Associação Inglesa de Futebol, acusou integrantes do comitê executivo da Fifa, entre eles o chefe da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Ricardo Teixeira, de pedir favores em troca de votos para a candidatura da Inglaterra como sede da Copa do Mundo de 2018, informou a agência de notícias Reuters.

Ao depor na terça-feira, dia 10, para uma comissão do Parlamento britânico, Triesman afirmou que as eleições estavam viciadas desde o início. Segundo o ex-dirigente inglês, Teixeira lhe perguntou: “O que você pode fazer por mim?”, enquanto Jack Warner, de Trinidad e Tobago, pediu US$4 milhões para a construção de uma escola; o paraguaio Nicolás Leoz, presidente da Confederação Sul-Americana de Futebol, pediu ser laureado como um sir; e o tailandês Worawi Makudi exigiu os direitos de televisão de um futuro amistoso entre Tailândia e Inglaterra.

Joseph Blatter, presidente da Fifa, tratou de desmerecer as acusações. “Fiquei chocado, mas ninguém viu as evidências”, afirmou durante uma coletiva de imprensa em Zurique. “Precisamos de tempo para digerir isso e começar a investigação pedindo que as evidências do que foi dito sejam entregues.”

Antecedentes
Não é a primeira vez que Teixeira é acusado de negociar votos. Um programa da BBC levado ao ar em novembro, a três dias da escolha das sedes da Copa de 2018 e 2022, acusou os três executivos da Fifa, inclusive Ricardo Teixeira, de terem aceitado subornos para favorecer candidaturas de países-sede.
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De acordo com o programa “Panorama”, Teixeira também recebeu suborno da ISL, que comandava o marketing do futebol mundial e faliu em 2001. O brasileiro teria recebido propina para votar a favor do contrato com a empresa, acusou a BBC.

Teixeira nega as acusações, mas suspeitas semelhantes já haviam sido levantadas num livro de autoria do apresentador do programa, o repórter investigativo britânico Andrew Jennings. Clique aqui para ler entrevista publicada na edição 602 de CartaCapital, em junho de 2010, na qual Jennings fala dos escândalos da Fifa e a participação de Ricardo Teixeira.

Leia também:
O mundo descobre Ricardo Teixeira
A britânica BBC vincula o presidente da CBF à milionária rede de corrupção

“Fifa corrompe os países que recebem a Copa”, acusa repórter da BBC
Jennings diz que os brasileiros estão sendo mais críticos do que os sul-africanos

Fair-play, só no slogan
A nebulosa ascensão do poderoso secretário geral Jérôme Valcke, que causou prejuízo milionário à Fifa e está cotado para suceder Blatter, de quem sabe muito

Jornal suíço destaca Ricardo Teixeira em nova suspeita de corrupção na Fifa
Segundo o periódico Tages-Anzeiger, Teixeira teria recebido até R$9,5 milhões de empresa envolvida em esquema de pagamento de propinas para contratos de direitos televisivos

Quem vai impor limites?
Os interesses da Fifa e de Ricardo Teixeira não são necessariamente os mesmos do País

Via Carta Capital

quarta-feira, 15 de junho de 2011

Dinheiro público pagará quase toda a copa de 2014

NOSSO COMENTÁRIO: É população idiota. Sorriam, fiquem felizes, pois a copa de 2014, o espetáculo da especulação financeira em nosso país, será financiada por vocês mesmos. Se não bastasse o cancelamento do investimento em setores mais urgentes, os gastos bola-de-neve que serão direcionados para a grande festinha de 2014 serão por conta mesmo dos impostos pagos pela população. Haja dinheiro!

Sorriam, torcedores da "seleção": a conta da festa ficará para vocês mesmos!

Copa de 2014 terá 98,5% de dinheiro público

SÉRGIO RANGEL - DO RIO - Folha de São Paulo

A Copa do Mundo da iniciativa privada ruiu. Um estudo do TCU (Tribunal de Contas da União) mostra que sairão dos cofres públicos 98,56% dos R$ 23 bilhões orçados para as obras de 2014.

Isso menos de dois anos após o presidente do COL (Comitê Organizador Local), Ricardo Teixeira, declarar que a maioria dos gastos do próximo Mundial seria bancada com dinheiro privado.

A maior parte das verbas virá dos bancos governamentais (Caixa Econômica Federal e BNDES) e da Infraero, estatal que administra os aeroportos do país. Juntas, as três empresas públicas investirão cerca de R$ 16,5 bilhões até a abertura da Copa.

Responsável por financiar as obras de mobilidade urbana nas 12 cidades-sedes, a Caixa irá repassar R$ 6,6 bilhões para os governos estaduais e municipais.

Já o BNDES investirá R$ 4,8 bilhões –R$ 1,2 bilhão em mobilidade urbana e R$ 3,6 bilhões para as arenas.

Segundo o estudo do TCU, a Infraero gastará cerca de R$ 5,1 bilhões para a reforma e a ampliação dos aeroportos.

O órgão federal não computou na conta os bilhões que os governos vão destinar para organizar o esquema de segurança do Mundial.

No trabalho realizado pelo TCU, a iniciativa privada aparece investindo apenas R$ 336 milhões, ou 1,44% dos R$ 23 bilhões do torneio. A verba não sairá de nenhuma empresa e virá dos cofres dos clubes que vão reformar ou construir estádios.

Internacional e Atlético-PR já confirmaram que vão investir nos seus estádios para o Mundial. Segundo o órgão, os paranaenses vão gastar R$ 113 milhões na Arena da Baixada. Já os gaúchos destinarão R$ 133 milhões para reformar o Beira-Rio.

Em São Paulo, o Corinthians pretende construir uma arena em Itaquera.

O clube do Parque São Jorge ainda tenta viabilizar o novo estádio. Na conta do TCU, o Corinthians investirá R$ 90 milhões. A intenção da Fifa é realizar a abertura da Copa na arena de Itaquera.

A verba privada no Mundial é menos de 10% do que o BNDES vai usar para financiar os projetos das arenas.

Em 2007, quando o país ganhou o direito de abrigar a Copa pela segunda vez, a CBF, responsável pela candidatura brasileira na Fifa, estimou que o país gastaria pouco menos de R$ 2 bilhões com estádios. A conta atual já superou os R$ 5 bilhões.

A projeção de investimento dos brasileiros supera a cifra gasta pelos sul-africanos no Mundial-10. A África do Sul pagou R$ 3,9 bilhões para erguer dez estádios, dois a menos do que no Brasil.

Alguns dos projetos da África do Sul são arquitetonicamente mais ousados do que os brasileiros, como o do Soccer City, em Johannesburgo, além das arenas da Cidade do Cabo e de Durban.

Vini Jr, Racismo e a hipocrisia da Classe Média brasileira

O assunto desta segunda feira com certeza foi o inaceitável caso de racismo sofrido pelo jogador Vinicius Júnior, o Vini, durante um jogo de...